Escrita Tribal

terça-feira, maio 17, 2005

"Não dá para explicar"!?

Originalmente como comentário ao post "Piercings... 1 kestão de ferros?" de "Heaven or Hell??"

Bem...(a meu ver, claro) há duas maneiras de agir (talvez três): ou controlamos o nosso corpo (através da nossa mente e da compreensão dos fenómenos que vivemos), ou somos controlados por ele (através dos impulsos, reacções, hábitos e influências sociais e culturais). Cada um lá fará a sua opção de como se prefere colocar neste "tabuleiro de jogo" gigantesco que é a Terra e a existência humana.

Talvez até haja uma terceira opção, um meio-termo, um ponto de equilíbrio onde o senso comum assenta. Aquele sítio onde não somos nem "carne nem peixe", nem "maus nem bons", nem "pretos nem brancos". Poderíamos chamar a essa opção a neutralidade, espaço ocupado pela vida animal (excepto Homem). Ou quem sabe poderemos incluir o Homem na vida animal e dar-lhe a possibilidade de existir nas mesmas condições de todos os nossos outros amigos animados (teoricamente) irracionais. Mas os outros animais não se furam com adereços metálicos por motivos estéticos, nem se matam por "desporto", nem colocam em risco o seu habitat por razões económicas (etc, etc...).

"Ah!!! (podem agora pensar) mas o ser humano é um ser racional e é diferente dos outros animais"..."e o ser humano é o único que tem consciência da sua individualidade, que tem noção de si mesmo, da sua personalidade"..."é a espécie dominante do planeta e isso demonstra a sua superioridade sobre todas as outras espécies".

Também acho que sim, e que de facto o ser humano é um ser sem comparação neste planeta e que bem revela o seu tremendo potencial. Porém, com toda a sua superioridade, racionalidade e potencial, parece-me ser a única espécie que compromete intencionalmente a sua saúde com substâncias prejudiciais ou atitudes de risco à sua integridade - aos poucos de cada vez (será isso uma forma de equilíbrio!?), sem encurtar drasticamente a sua longevidade e ainda assim conseguir "aproveitar" a vida com umas "mocas e pazadas".

Há quem me tenha dito que "todas as coisas boas do mundo são as que fazem mal". Hmmm... o mundo é grande, e há muitas coisas, muitas possibilidades, variadas ocupações, imensas opções, e obviamente que não vou engolir essa de que tudo o que me dê prazer tenha necessariamente de ser escolhido entre as opções que me sejam prejudiciais.

Bem, já divaguei imenso para além do tema central, mas isto tudo era devido à questão do controlo e da compreensão que temos do que nos impulsiona, e ás coisas que "não podemos explicar", apesar de toda a influência que possam ter sobre nós. Eu acho que todas as coisas que tenham importância suficiente em nós que nos levem a agir de determinada forma, e especificamente neste caso a fazer algo que nos pode até trazer problemas médicos, merecem o esforço de compreensão...é que...

...isto de agir por impulso aos poucos e poucos, corremos o sério risco de um dia acordar e darmos por nós com uma vida repleta de coisas que nos controlam sem que tenhamos percebido em que altura é que saímos do "meio-termo" e caímos num estado de vivência adormecida...e então de repente somos adultos e lá estamos a contribuir passiva ou activamente para a nossa sociedade auto-destrutiva, capitalista e possivelmente (dependendo do ponto de vista) desiquilibrada.

Mais abraços