Escrita Tribal

sábado, dezembro 31, 2005

Equilíbrio dos Extremos

Nenhum objecto perde o seu "dono". Todo o lixo pertence aos ratos, aos miseráveis e aos governantes dos contentores, ou a todos, talvez um dia, mas só quando existir realmente igualdade entre todos, quando nada pertença a ninguém e tudo seja de todos.
Para existirem reis terão de existir súbditos, para existirem padres terá haver uma paróquia, para vendedores compradores. O castelo e as suas muralhas só se justificam para proteger o povo e suas frágeis habitações. A "sorte" de uns implica o "azar" de outros, e vice-versa.

Enquanto existirem os extremamente ricos, existirão os extremamente pobres. Esse é o preço resultante da nossa individualidade, da nossa necessidade de sermos diferentes e únicos, eventualmente, da nossa desigualdade. Não poderia existir uma Terra de homens e mulheres, de dia e noite, de esquerda e direita, sem esta regra. Nenhum impulso positivo poderá libertar-se sem que haja um seu contrário negativo. O equilíbrio da Terra a isto obriga, o "equilíbrio dos extremos", pois na Natureza não há desperdício, mas uma lei de compensação. A cada evento num extremo, necessitará de haver uma extrema contrapartida.

Para possibilitar uma "insignificante" acção do nosso quotidiano, uma linha imensa de eventos interligados teve de acontecer, para nos possibilitar a multiplicidade de condições indispensáveis a essa nossa acção. Qualquer acção individual terá portanto imensas implicações, mesmo que apenas as que nos são próximas sejam mais facilmente observáveis. Em tudo o que a nós está ligado de alguma forma, haverão repercussões pelas nossas acções. É claro que como em última análise tudo está ligado, a existência de cada um de nós afecta todo o mundo e todo o universo.

Gigantesco não?

3 Comments:

  • Ying Yang. Tudo encontra-se num equilibrio tal, que para cada uma das nossas acções, há uma contra acção. E tambem que cada vez que nos dão uma escolha, as possibilidades dessa escolha irão criar variáveis infinitas (dando origem a teoria de multiplas dimensões, cada uma resultado de uma escolha diferente a um dada altura)

    By Anonymous Anónimo, at 10:25 da tarde  

  • É gigante!!!E é um pouco da teoria dos deterministas também, em que parte do princípio da causalidade dizendo que a acção do sujeito é efeito de causas não controláveis por ele.Mas isto remete-nos a falta de liberdade porque desta maneira o livre-arbítrio não pode existir.E já que a nossa acção é efeito de causas não controladas por nós, não podemos ser responsabilizados por nada,ou seja, somos tds irresponsáveis. Será mesmo?

    By Anonymous Anónimo, at 12:29 da manhã  

  • Seria cómodo não seria? Pudermos dormir descansados todas as noites convencidos de que não somos livres, que apenas somos manipulados por outras causas e, portanto, certos da nossa inocência. Acreditar seja no que for é sempre um risco, e todos os enganos têm consequências. Ponderem-se portanto as possibilidades, os erros, analisem-se os riscos, e decida-se o que se está disposto a "perder", só para o caso de nos enganarmos...

    By Blogger Paulo Trindade, at 4:59 da manhã  

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